PROJETOS, TRABALHOS E ATIVIDADES PROPOSTAS PARA A ESCOLA



Obs: O arquivo ao ser copiado não ficou organizado em suas margens  



           UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: VIVENCIANDO O DESENVOLVIMENTO DE PROJETO COM MÍDIAS INTEGRADAS NA EDUCAÇÃO


  




Paz e Valores: como incorporá-los na escola?

                                                                                                                  





Tutora:
Rouseane da Silva Paula
                                                   
Autora:
Jackeline Fernandes
Escola Municipal Maria Aparecida de Carvalho Ferreira


São José de Mipibu - RN
2011






APRESENTAÇÃO
         
          A construção desse Projeto tem como base a Escola Municipal Maria Aparecida de Carvalho Ferreira, situada no município de São José de Mipibu/RN, à Av. Senador João Câmara 706 - centro.
          A mesma atende aos anos iniciais de 1º ao 5º ano com alunos na idade dos 6 aos 12 anos, aproximadamente, e passa por uma reforma de ampliação. Conta com um número de 560 crianças, em média, somadas pelos turnos matutino e vespertino. Já trabalha no regime de Inclusão Escolar, embora enfrentando alguns desafios de ordem física e técnica. Possui 13 salas de aulas regulares, incluindo uma sala destinada ao Projeto Mais Educação e uma outra para o AEE, uma sala de leitura, uma cozinha, dois banheiros adaptados para os alunos e mais dois para funcionários, uma secretaria, uma sala da direção, um depósito para alimentos e um para limpeza e higiene e materiais de expediente, um pátio coberto, três rampas e um depósito para diversos e botijões de gás. Possui um laboratório de Informática com 10 computadores, aguardando mais 5, e serve também de sala de vídeo, pois guarda equipamentos de DVD, tela e 2 retroprojetores. A escola dispõe, após sua reforma, de um amplo espaço de lazer ao ar livre no final das salas e mais um espaço arborizado após o muro da mesma, que aguarda a construção de uma quadra e por enquanto serve para os meninos jogarem futebol. Conta com uma média de 24 professores, na sua maioria graduados em Pedagogia e com Especializações, possui diretor e vice diretor, duas merendeiras, quatro ASG’s, uma secretária, um porteiro, uma coordenadora pedagógica e três vigias noturnos.
O tema, “Paz e valores, como incorporá-los na Escola?” surgiu da necessidade em trabalhar estes dois problemas: valores e paz em nossa escola. Foi pensando nisso que, juntamente com os gestores e equipe pedagógica da referida escola pública (Escola Municipal Maria Aparecida de Carvalho Ferreira) no município de São José de Mipibu/RN, nos anos Iniciais (de 1º ao 5º ano), sentiu-se a necessidade em elaborar um projeto interdisciplinar de ensino, na busca de uma reflexão sobre alternativas para construir um processo educacional mais coerente com os pressupostos e parâmetros educacionais, com as formas de organização dos tempos e dos espaços escolares, nos mais diferentes contextos socioculturais em que se insere a referida comunidade escolar, para intensificar as ações no tocante a estes problemas, melhor dizendo, a estas necessidades, pois ao construir a paz, através dos estudos de valores, certamente se disseminará a cidadania na mesma.
          Nesse processo, um aspecto bastante importante a considerar, é a integração das disciplinas, o que exige dos educadores a compreensão clara de sua finalidade. Para tanto, estar-se-á integrando ao trabalho uma abordagem interdisciplinar na estrutura e organização curricular, pois os professores devem discutir sobre esses temas e verificar sobre quais instrumentos e técnicas mostram-se mais adequados para aplicação nas mais diferentes áreas do conhecimento, sejam elas de natureza cognitiva, procedimental, e/ou atitudinal, em que prioriza-se o uso das tecnologias: Sala de informática (busca de sites que facilitem a busca de outros sites e artigos sobre o tema valores, ética e cidadania), TV, DVD, computador, projetor de slides, câmera digital, softwares educacionais, rádio escola e material impresso (revistas, jornais e livros referentes ao conteúdo em questão).
A divulgação e registros também serão feitos pela mídia: Orkut e Blog da escola.
          Esta postura pedagógica gera nos professores o hábito de interagir, pois os mesmos precisam planejar e desenvolver processos educacionais que contemplem técnicas e instrumentos diversificados. E vale ressaltar da compreensão de como se realiza a aprendizagem, com ênfase na formação sistêmica e integral do ser humano.
Na tentativa de incorporar as novas formas de ensinar usando as mídias e as tecnologias, a maioria dos professores têm feito adaptações, para tanto, nesse contexto, é fundamental conhecer as novas formas de aprender e de ensinar que são estudadas e analisadas nos cursos de formação para professores, a exemplo, Curso de Especialização Mídias na Educação, em que se consegue entender o porquê, para quê, como e quando usar as mídias no processo de ensino e aprendizagem. Este trabalho fará parte do currículo da escola. Isso quer dizer que ele será parte da formação dos alunos para enfrentar a vida com mais segurança, mantendo a integração com as mídias.
O uso das tecnologias subsidia o planejamento das aulas dos professores, e, sobretudo ao desenvolvimento do currículo escolar, contribuindo ainda para a atuação profissional de cada um que faz a escola, integrando as mídias na educação.

1     JUSTIFICATIVA

O mundo nas últimas décadas vem sofrendo um processo de globalização influenciado pelo sistema neoliberal que interfere e afeta, principalmente nos países em desenvolvimento, os aspectos sócio-culturais, políticos e econômicos.
No Brasil essa influência apresenta consequências diversas, uma delas é a violência em razão da perda de valores morais, éticos, sociais e educacionais. No estado do Rio Grande do Norte, isto não é diferente, nem na Grande Natal/RN, pois a cidade de São José de Mipibu apresenta altos índices de violência. Diante deste contexto, educadores devem trabalhar de forma integral, buscando a melhoria da área educativa, segundo SILVA (2004):

Nosso desafio maior é caminhar para um ensino e educação de qualidade, que integre todas as dimensões do ser humano. Para isso precisamos de pessoas que façam essa integração do sensorial, intelectual, emocional, ético e tecnológico em si mesmo, que transitem de forma fácil entre o pessoal e o social, que expressem nas suas palavras e ações que estão sempre evoluindo.


          Partindo dessa preocupação, surgiu a idéia de elaborar tal projeto, que ao fazê-lo, entende-se que com este tema: “Paz e valores, como incorporá-los na Escola?”, se possa reinterpretar os princípios propostos na Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, da UNESCO, que estão amparados no aprender a conhecer, no aprender a fazer, no aprender a conviver e no aprender a ser, com a integração das mídias. Segundo DELORS (1999 p. 89-102), a educação ao longo de toda vida baseia-se em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser.
Cada um deles leva a um portal de desafios cada vez maior, analisados desta forma:
Aprender a conhecer: requer do aprendiz o espanto, a atenção, a curiosidade, o interesse, a compreensão do mundo à sua volta, ensejando avanços e recuos entre a coisa existente e as idéias.
Aprender a fazer: normalmente confundido com o ‘por a mão na massa’ ou a aprendizagem adaptada para a formação social.
Aprender a conviver: viver com o outro talvez seja o maior desafio para a educação do futuro.
Aprender a ser: exige que a educação contribua para o desenvolvimento total da pessoa, espírito, corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade, compromisso, para possibilitar que o indivíduo elabore pensamentos autônomos e críticos da sua realidade.
 Com esta compreensão, o aprendizado deve contribuir não só para o conhecimento técnico, mas também para uma cultura mais ampla desenvolvendo meios para a interpretação de fatos naturais, a compreensão de procedimentos cotidianos para a articulação de uma visa do mundo natural e social.
Tais princípios são à base desse trabalho, que já apontam, por sua própria natureza, uma organização interdisciplinar, visando a produção, a organização e o convívio social, a construção do “eu” e do “outro” na necessidade de contribuir para o esclarecimento da escola uma compreensão amplamente partilhada do sentido do processo educativo.
Analisar a aprendizagem como processo de humanização, significa compreender inúmeros significados que a educação possui, e não somente ver esta questão como um problema, como é intitulado por vários autores sobre a temática.
 As oportunidades a serem criadas por todos, enquanto educadores, para a implantação desse trabalho devem levar os professores a desenvolverem em seus alunos, a capacidade de analisar problemas, situações e conhecimentos diversos dentro do contexto escolar. Enfim, os desafios a serem enfrentados e as oportunidades criadas pela coordenação, direção e docentes na implantação desse trabalho, possam conceber a aprendizagem do aluno como um processo ativo.
 Assim, as estratégias a serem adotadas para superar esses desafios precisam conceber também o aluno como agente de sua aprendizagem, atribuindo-lhe um sentido, em que a violência na escola será extinta, como afirma VASCONCELLOS (1994): os educadores devem se comprometer com o processo de transformação da realidade, alimentando um projeto comum de escola e de sociedade, como numa orquestra.
Então teríamos a seguinte questão: como se conquista a paz? Considerando a sua construção como um objetivo cidadão, educacional e democrático, ela se faz por meio de estratégias que busquem fortalecer a família, de possibilitar o desenvolvimento autônomo dos indivíduos e das comunidades, a igualdade, a inclusão e o acesso aos direitos básicos de cidadania, dentre eles o direito à educação, à saúde e ao lazer. O desenvolvimento dessa visão e ações voltadas para a promoção da paz podem se constituir através do interesse e participação de cada indivíduo, de diretrizes, programas e projetos, ou no apoio e incentivo às ações educativas do cotidiano, ricas e criativas, que contribuam para a reflexão e o desenvolvimento de práticas sociais voltadas para a construção e o fortalecimento da paz entre os todos na sociedade contemporânea.
Pretende-se, portanto, que este trabalho torne-se eixo estruturante no currículo da escola, ou seja, toda e qualquer ação pedagógica da mesma, que contemple (de agora em diante) a formação de valores para se plantar a paz no ambiente escolar e consequentemente fora dele. Ainda de acordo com VASCONCELLOS (1994): O que seria de uma orquestra, se cada músico tocasse o que quisesse? Se não houvesse disciplina? Ela é necessária. E deve ser analisada como um meio e não como um fim.



2     OBJETIVOS

2.1  - GERAIS
·       Promover junto à comunidade escolar, com atividades dinâmicas, a reconstrução dos laços necessários para o fortalecimento de uma rede de solidariedade, vencendo o desafio de reduzir a violência e ampliar as práticas cotidianas de generosidade, compreensão, respeito à vida e à diversidade cultural, de gênero, raça, sexo; e ainda construção da autonomia e liberdade; democracia e participação; igualdade e justiça;
·       Entender a paz como uma construção coletiva e permanente.

2.2  OBJETIVOS ESPECÍFICOS

ü  Refletir com os professores temas relacionados;
ü  Desenvolver com os alunos comportamentos de humanização e espírito colaborativo, a fim de transformá-los em seres afetuosos e produtores de paz;
ü  Estimular em sala de aula momentos de dinâmicas e reflexão, favorecendo no aluno o pensamento reflexivo;
ü  Trabalhar conceitos básicos, no processo de conscientização dos alunos e da comunidade escolar: Ética; Bullying; Diálogo; Violência;  Respeito Mútuo,  Justiça, Preconceito, Discriminação, Convivência, Solidariedade, Responsabilidade (e Meio Ambiente);
ü  Despertar a consciência crítica do educando através de diálogos, vídeos, cartazes, entrevistas, aulas passeios e músicas, possibilitando, assim, tomar atitudes responsáveis, estimulando a compreensão de que a paz se promove em qualquer ambiente ou em cada cultura.


 3 PLANO DE AÇÃO

PERÍODO: JUNHO A DEZEMBRO DE 2011 E OU CONTINUAMENTE

·     Promover momentos de sensibilização com os alunos no início das aulas (músicas, orações, etc);
·     Realizar palestras envolvendo os assuntos: Paz e Valores;
·     Promover o dia da paz na escola com apresentações artísticas dos alunos;
 ·   Realizar caminhada pela comunidade, “A caminhada da paz”, envolvendo panfletagem, música, leitura de mensagens, etc;
·       Promover concurso de redação e ou de produção de trabalhos com cartazes em vários gêneros (produção textual);
·       Programação semanal do “Cine Escola”, em que assistirão filmes abordando os temas;
·       Promover atividades que gerem habilidades para uma postura de cidadão, com ações solidárias, de liderança;
·       Construir uma árvore que estimule a formação de valores nos alunos;
·       Desenvolver atividades que ajudem na valorização do “eu”, da autoestima;
·       Formar grupos de diálogos;
·       Fazer exposição dos trabalhos realizados pelos alunos;
·   Criar um vídeo com algumas das atividades realizadas e entrevistas com a comunidade escolar.


4         METODOLOGIA

 GERAL:

          A metodologia utilizada será participativa, com o envolvimento dos professores e alunos no uso das diversas mídias disponíveis na escola, inserindo no alunado um processo de construção de aprendizado dentre elas, de forma interdisciplinar.

 ESPECÍFICAS (Por Área do Conhecimento):

1-Língua portuguesa
2-Ciências
3-História
4-Geografia
5-Matemática
6-Artes
7-Cultura do RN
8-Religião

ü  Serão realizadas palestras, discussão em grupo e seminários, sempre estimulando os alunos a pesquisarem sobre o tema;
ü  Serão propostas atividades dinâmicas e grupais para se conhecer a realidade do aluno e o que pensam sobre as questões da paz e dos valores, inserindo-os na realidade da escola e fora dela;
ü   Colher as metodologias sugeridas pelo professor dentro de sua área específica e anexar ao trabalho, enfatizar o uso das diversas mídias neste projeto, inclusive sugestão de livros, articulando com o Laboratório de Informática;
ü  Tornar esse trabalho uma proposta aberta para demais ajustes e idéias.


5     CRONOGRAMA

 As atividades serão todas desenvolvidas na escola, especialmente em salas de aula ou no pátio da mesma, envolvendo toda a comunidade escolar. Terá início no mês de junho de 2011 e sua previsão para encerramento (culminância) será no final do mês de dezembro deste mesmo ano (ou realizado em anos posteriores). As atividades serão distribuídas da seguinte forma:

AÇÕES
*APRESENTAÇÃO DO PROJETO AO CORPO DOCENTE
* PESQUISA PARA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DO CORPO DOCENTE
* APRESENTAÇÃO DO PROJETO A COMUNIDADE ESCOLAR
* TRABALHOS REALIZADOS COM PROFESSORES E ALUNOS, INCLUSIVE O VÍDEO CRIADO COM AS ATIVIDADES
*CULMINÂNCIA (DIA DA PASSEATA DA PAZ)
*AVALIAÇÃO GERAL




6   AVALIAÇÃO

O processo de avaliação implica no desenvolvimento articulado de competências, habilidades e valores que acompanham o crescimento dos alunos e o envolvimento dos profissionais integrados com o trabalho na perspectiva de construção de uma cidadania crítica, criativa e autônoma.
Esse processo requer registro de trabalho, organização das ações e definições dos objetivos, para, a partir daí, atribuir significado a participação dos alunos observando o envolvimento contínuo ao longo das atividades realizadas.
Os alunos serão avaliados por seu engajamento nas atividades, sua participação, suas contribuições positivas, suas colocações e questionamentos durante os debates. Também será avaliada em sua postura nas diferentes situações e locais, sua capacidade de trabalho em pequeno e grande grupo. Ao final de cada mês será feito um trabalho de avaliação coletiva sobre as atividades, a postura dos alunos e o comprometimento na prática das tarefas por todos os envolvidos.
          Segundo Luckesi (2002), a avaliação, diferentemente da verificação, envolve um ato que ultrapassa a obtenção da configuração do objeto, exigindo decisão do que fazer com ele. A verificação é uma ação que “congela” o objeto; a avaliação, por sua vez, direciona o objeto numa trilha dinâmica da ação.



REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Miriam (coordenadora), Escolas de Paz, UNESCO, Governo do Estado do Rio de Janeiro/Secretaria de Estado de Educação, Universidade do Rio de Janeiro, 2001.


ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Prática e formação de professores na integração de mídias. Integração das Tecnologias na Educação. São Paulo: 2003. Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/livro/1sf.pdf. Acesso em 29/03/2011.


DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. UNESCO/MEC/Cortez Editora, São Paulo, 1999, pp.89-102.


DREW, Naomi. A Paz Também se Aprende, Editora Gaia, São Paulo, 1990.


LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 13º ed. São Paulo: Cortez, 2002.


SILVA, Maria Graça Moreira da. Na sociedade de hoje, a Sociedade da Comunicação e Informação, quais os principais desafios da educação? In. Programa de Formação Continuada Mídias na Educação. Módulo Introdutório - Integração de Mídias na Educação.SEED/MEC, 2004.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1994.




Leituras propostas para contribuir com o projeto:




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